domingo, 30 de outubro de 2011

Hoje ouvi Cidadão Quem, coisa que não fazia a uns três ou quatro anos.
Me peguei sorrindo. Só assim. Sorrindo. Só rindo.
Sensação boa de 'consegui'.
Consegui viver.
Sentir.



O amor é maior que tudo, do que todos, até a dor se vai.
(e hoje eu sei)

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Essa semana toda eu passei aérea, algo me incomodava e eu não sabia o que era. Uma angústia, vontade de me esconder. Medo daqueles de quando você levanta durante a noite mas volta correndo pra cama por estar escuro, a hora em que sua casa estava desconhecida.
Quinta feira, ontem pra ser mais exata, não foi diferente, mas não dava mais pra adiar uma coisa e então fui. Me vesti de forma automática e fui. Bati perna, andei, andei, andei. Eu tinha que comprar algo mas não tinha vontade. Tudo era nhé. Tudo eu via sem enxergar. Me perdia, dava voltas sem saber onde queria ir. Não achava rostos, não sentia as pessoas, o ar e o calor eram meus únicos companheiros.
Mas vi uma velhinha. Ela saia do Ricoy cheia de sacolas e fazendo um esforço absoluto. Por um momento eu parei, eu vacilei. Não sabia o que fazer mas tinha que ser feito. Vacilei. Só então percebi que eu tinha que ajuda-la, eu precisava, era isso. Eu tinha que fazer isso. Mas quando me virei ela já havia sumido.
Me senti pequena. Continuei andando. O ar me faltou, a garganta fechou. E era isso, eu tinha que ajudar, eu tinha que fazer. Eu tinha que parar de vacilar. Mas vi tarde demais. Somente assim percebi.
Eu negligenciei parte da minha vida durante dois anos alegando falta de tempo, estresse, vestibulares, problemas. Eu tinha que parar de vacilar, tinha que saber, que sentir. Agora que descobri que eu havia de ter feito naquela hora, ou tudo desapareceria. E desapareceu. Então passei de cansada pra perdida.

Quando serei plena?

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Ela continuou sem força nos seus braços. Hoje de tarde alguma coisa tranqüila se rebentara, e na casa toda havia um tom humorístico, triste. É hora de dormir, disse ele, é tarde. Num gesto que não era seu, mas que pareceu natural, segurou a mão da mulher, levando-a consigo sem olhar para trás, afastando-a do perigo de viver.


Estou a um cego mascando chicletes de distância da Ana.

domingo, 16 de outubro de 2011

Além do que se vê.

Sempre aprendi a não sofrer por antecipação, mas se já há sofrer não tem o que antecipar. Essa semana vai ser fodida, sinto o desespero na ponta da língua e o amargo no fundo da garganta. Aquela coisinha que você passou o ano guardando e que agora é hora de tudo sair. Começou como uma pinta e agora virou um tumor. Que eu aprenda a usar a calma que adquiri. Que eu calme o aprender que eu usei. Pois o último gole do veneno é sempre o pior. Já era hora.
Abre a janela agora
Deixa que o sol te veja
É só lembrar que o amor é tão maior
Que estamos sós no céu
Abre as cortinas pra mim
Que eu não me escondo de ninguém
O amor já desvendou nosso lugar
E agora está de bem

Tudo ta lindo demais, mas isso também passa.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Truth is nothing. What you believe to be true is everything.

domingo, 9 de outubro de 2011

Acho que ninguém pode imaginar como me senti pequena depois de ver isso e pensar que não posso fazer nada pra ajuda, ninguém pode. Somente eles. Dói.


" A minha realidade não me permite sonhar" - Faraj (palestino)

" Não posso viver 24 horas pensando nas injustiças" - Daniel (israelita)

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Sabe, hoje a tia de um professor que eu gosto muito faleceu e ele passou a aula conversando com a gente a respeito da vida e tudo mais. Ele disse que, mesmo sendo budista, tinha uma coisa universal na fé dele, que poderia passar pra gente, e que só saberíamos a força disso quando chegássemos na idade dele. Foi bem pesado, e como ando suscetível a choros acabei fazendo isso. Chorei. Mas chorei porque me lembrei de você quando ele disse para não dormir, nunca, brigada com ninguém que você ama. E assim, lembrei de você. A primeira pessoa que me veio a cabeça foi.. você.
Engraçado como, desde que eu era pequena, a gente briga e fica séculos sem se falar. Nossas mães sempre diziam que eramos muito parecidas, até na bagunça. Já fizemos planos de morar juntas, nunca casar, faculdade, filhos. Já fizemos cabanas, brincamos de casinha, decoramos meu aniversário. Sempre odiei seus namorados. Sempre destruí suas coisas. E eu lembrei de você.
Queria pedir desculpas mesmo sem porque, mesmo sem dever. Queria conversar com você e dividir a vida que foi pra tão longe daquilo que a gente planejou. Querendo, ou não, você foi minha primeira melhor amiga e acho que sempre te verei dessa forma. Mas lembrei de você.
Gostaria de dançar xuxa com você de novo, contar do meu cursinho no objetivo, ouvir as histórias do seu cursinho no etapa. Porque de uma forma muito errada a gente se entende. Por isso lembrei de você.
Minha vontade hoje era essa. Te pedir desculpas. Ouvir sobre sua vida e sua risada. E te contar que hoje eu lembrei de você.

Eu sinto sua falta. Demais.