sábado, 26 de março de 2011

Liberte-se

A partir do momento que decidimos não aceitar mais nossas derrotas e dizimar a tristeza, começamos a correr contra aquilo que nos é natural e a fazer parte de um padrão que nos é imposto. Pois não há um ser vivo qualquer que obteve pleno sucesso em todos os quesitos de sua vida inteira. No final, nos resta dizer que é rotineiro falhar, mas, com o tempo, passamos a assimilar esse comum fato ao sentimento de fraqueza, de impotência. E , nessa vida onde a poesia está em ser perfeitamente feliz, recusamos aquilo que de mais autêntico nos é dado: a superação.
Com isso, abandonamos involuntariamente a Teoria da evolução, de Darwin, onde diz que a limitação na disponibilidade de recursos faz com que indivíduos de uma população lutem e sobrevivam, e entramos em um paradoxo de felicidade contínua, cessando assim nossas mudanças naturais, pois se não há tristeza, não há limitações. Isso acarreta uma falta de superação e persistência. Pois ultrapassando as dificuldades impostas pelo sistema, e permitindo sentir o que é normal, nós moldamos aquilo que chamamos de indivíduo de bons costumes, assim como deveria ser. Pois como diria Carlos Drummond de Andrade "As dificuldades são o aço estrutural que entra na construção do caráter".
Porém, as pessoas pensam que não foram criadas para serem assim e o que impressiona é, como, em meio a era da informação, onde tudo está ao nosso alcance, a sociedade ainda não percebeu o mais importante a respeito de nós mesmos. Nossa existência é toda feita de erros que nos proporcionam quem somos hoje. Então está na hora de abrir os olhos e enxergar a realidade. Saber questionar, sofrer, debater e ensinar para, somente assim, aprender e evoluir. Portanto, permita-se sentir.

Rascunho da redação do Módulo 2, apostila 1 do curso Objetivo, cujo tema é "Estamos vivendo a ditadura da felicidade?". (Por mim, óbvio)

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